quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sentidos 2

Hoje não vi o acordar.
Não os vi fechar e não os vejo abrir.
Consegues olhar-me?
Não vejo nada mas também não vejo escuro.
Nem escuridão.
O que penso eu?
Dá-me uma visão que me consuma.
Trocas comigo? Só preciso de um.
Um que me permita olhar o teu cheiro.
Hoje não tenho visão.
Dar-me-às olfacto?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A Última Mão.

-Estás pronta?
-Sabes que nunca estou.
-Então não queres?
-Alternativa?
-Talvez não nem sei.
-Sabes.
-Vens?
-Pois.
-Eu vou andando.
-Não me deixes só.
-Estás só.
-Estou?
-Olha.
-Mas estás aqui. Comigo.
-Não. Não está aqui ninguém contigo.
-Não te vejo?
-A mim não. Não estou aqui.
-Quem está?
-Como saberei? Não me verás a mim é certo.
-Nunca?
-Sabes que nunca cá estive. Já me tocaste?
-Agora que perguntas...
-Pois. Olha vou andando.
-Posso ir?
-Sim. Mas não agora.
-Quando?
-Eu apareço.
-Prometes.
-Sim. E vem de preto. Adequa-se
-Porquê?
-Vem.
-Até logo?
-Veremos a proximidade com o tempo.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Sempre.

Não sei contar cicatrizes. Olho-as sem saber quantas são.
Não te perdemos.
Estás a um passo. Sempre.
Estás a um sorriso. Dos teus.
Estás tão perto como estavas. Apenas sem físico.
Dar-te-emos a mão todos os dias como ta demos antes.
Não deixes de nos visitar. Queremos-te todos os dias.
Aqui em baixo sorrimos por ti.
Ainda nos fazes rir. Sempre.
Se é justo? Nunca.
Enquanto choro, lembra-te, aqui sorrimos por ti.
Sempre amigo.